A cada carreta da Suzano que passa, uma casa treme e uma nova rachadura nasce em Serra dos Aimorés. O município, de pouco mais de sete mil habitantes, parece ter se tornado um laboratório da destruição. Ruas inteiras viraram buracos, calçadas desmoronam, e o ar está tomado pela poeira levantada pelos caminhões carregados de eucalipto que circulam sem controle.
Os moradores já não aguentam. “Minha parede racha todo dia. A Suzano destruiu o que a prefeitura levou décadas pra construir”, lamenta um comerciante local. A indignação cresce junto com as crateras. E não são só os olhos que ardem com a poeira: a alma do povo também está ferida.
Especialistas em direito ambiental denunciam: a empresa tem obrigação legal de reparar os danos. “Usar vias municipais sem estrutura técnica é abuso. A Suzano deve ser responsabilizada”, afirmou um advogado ouvido pela reportagem.
A cena é absurda: caminhões que pesam mais de 80 toneladas atravessam bairros residenciais, comprometendo o saneamento básico. Técnicos da prefeitura alertam que tubulações estão rompendo e que há risco de colapso no abastecimento de água.
O Ministério Público de Minas Gerais foi acionado, e os moradores exigem justiça. Querem o que é básico: respeito, reparação e paz. Serra dos Aimorés pede socorro — e a Suzano, que tanto fala em sustentabilidade, precisa olhar para o rastro de destruição que deixa atrás de seus pneus.
Por Redação
